A
Diretoria do GAPA CHAPECÓ, representada pelo Diretor Presidente, Dirceu Hermes,
Presidente do Conselho Fiscal, Osmar Antônio Lucas e pelo Diretor Executivo,
Ricardo Malacarne, entregou na tarde de ontem (15), em audiência na Prefeitura
Municipal, documento ao prefeito Luciano Buligon e a representante da
Secretaria Municipal de Saúde, Maria Luiza Trizotto, apontando uma série de
problemas no Hospital Dia. A falta de estrutura do local prejudica o
atendimento às pessoas portadoras do HIV/Aids.
Implantado
em 2002, o Hospital Dia não teve investimento para acompanhar o crescimento do
número de pessoas portadoras do vírus e as demandas geradas, levando a uma
situação preocupante no que diz respeito a assistência à saúde dos usuários do
serviço.
De
acordo com o GAPA CHAPECÓ, – organização que atua na prevenção e apoio as
pessoas soropositivas, doentes de tuberculose e hepatites – um dos problemas
enfrentados é a carência de profissionais médicos para dar suporte no
atendimento. Atualmente, o serviço conta com apenas uma médica infectologista e um clínico geral, que prestam serviço em 20h semanais para 1.734
pacientes, dos quais 579 fazem uso do coquetel de remédios. Além do HIV/Aids, o
Hospital Dia atende pessoas com tuberculose, hepatites virais, hanseníase e demais
doenças infectocontagiosas.
No documento entregue ao prefeito Luciano Buligon, o GAPA CHAPECÓ aponta
o sucateamento da estrutura física e dos equipamentos do Hospital Dia, o que dificulta
o trabalho dos seus profissionais e, consequentemente, afeta os serviços
prestados. Dentre os problemas relatados, merecem destaque a recepção inadequada
e a ausência de uma sala de espera. O pouco espaço destinado à farmácia e insuficiência
de medicamentos dificulta a atuação do profissional. Ainda, o espaço de
atendimento psicológico é reduzido.
A sala de observação e aplicação de medicamentos intravenosos constituem
as faltas mais graves. Estão disponíveis apenas duas macas e
uma poltrona reclinável para atender os usuários de ambos os sexos. As macas
disputam o espaço com arquivos, escadas e outros objetos depositados no local.
Propostas
apresentadas pelo GAPA para melhorar o serviço
Ao prefeito em exercício, Luciano Buligon e a
representante da Secretaria Municipal de Saúde, Maria Luiza Trizotto, a
diretoria do GAPA CHAPECÓ ponderou que a promoção de ajustes na estrutura do
Hospital Dia não é o suficiente para sanar a situação crítica. Para melhorar o atendimento às pessoas com
HIV/Aids foram propostas quatro ações, que são:
1 - Criar o Departamento Municipal de HIV/Aids,
Hepatites Virais e DTS visando o fortalecimento da rede
de atenção e linhas de cuidado às DST, HIV/aids e hepatites virais e da
prevenção, diagnóstico precoce da infecção pelo HIV, pelas hepatites virais e
outras DST e redução de risco e vulnerabilidade;
2 - Reorganizar a estrutura do
Hospital Dia, garantindo espaços adequados para a realização dos atendimentos
aos usuários e usuárias dos serviços;
3 – Implantar junto ao Hospital Dia
de Chapecó unidade de saúde especializada no
atendimento de HIV/Aids e co-infecções (tuberculose, hepatites e doenças
sexualmente transmissíveis), com equipe multidisciplinar. Disponibilizando, num mesmo espaço físico, atendimento as coinfecções,
como a Hepatite e a Tuberculose às Pessoas Vivendo com HIV/Aids.
4 – Instalar junto ao Hospital Dia
Consultório/Gabinete Odontológico para atendimento aos usuários que com o vírus
HIV/Aids e fazem tratamento no serviço, atendendo as particularidades da
Aids. Esse atendimento, além de
possibilitar tratamento odontológico básico, irá diagnosticar e tratar as
enfermidades relacionadas à boca, pois as pessoas
acometidas com o HIV/Aids estão mais susceptível a desenvolver outras doenças,
como por exemplo, câncer bucal.
Na avaliação da Diretoria do GAPA CHAPECÓ,
Luciano Buligon foi receptivo a solicitação e se colocou a disposição para
viabilizar uma solução para os problemas enfrentados. Dirceu Hermes, Presidente
do GAPA CHAPECÓ, entidade de defesa dos direitos das pessoas com HIV/Aids,
destacou a importância do diálogo entre o poder executivo e municipal, o GAPA e
as instâncias deliberativas sobre as questões de saúde.