terça-feira, 16 de abril de 2013

GAPA CHAPECÓ solicita melhorias no Hospital Dia

A Diretoria do GAPA CHAPECÓ, representada pelo Diretor Presidente, Dirceu Hermes, Presidente do Conselho Fiscal, Osmar Antônio Lucas e pelo Diretor Executivo, Ricardo Malacarne, entregou na tarde de ontem (15), em audiência na Prefeitura Municipal, documento ao prefeito Luciano Buligon e a representante da Secretaria Municipal de Saúde, Maria Luiza Trizotto, apontando uma série de problemas no Hospital Dia. A falta de estrutura do local prejudica o atendimento às pessoas portadoras do HIV/Aids.

Implantado em 2002, o Hospital Dia não teve investimento para acompanhar o crescimento do número de pessoas portadoras do vírus e as demandas geradas, levando a uma situação preocupante no que diz respeito a assistência à saúde dos usuários do serviço.

De acordo com o GAPA CHAPECÓ, – organização que atua na prevenção e apoio as pessoas soropositivas, doentes de tuberculose e hepatites – um dos problemas enfrentados é a carência de profissionais médicos para dar suporte no atendimento. Atualmente, o serviço conta com apenas uma médica infectologista e um clínico geral, que prestam serviço em 20h semanais para 1.734 pacientes, dos quais 579 fazem uso do coquetel de remédios. Além do HIV/Aids, o Hospital Dia atende pessoas com tuberculose, hepatites virais, hanseníase e demais doenças infectocontagiosas.

No documento entregue ao prefeito Luciano Buligon, o GAPA CHAPECÓ aponta o sucateamento da estrutura física e dos equipamentos do Hospital Dia, o que dificulta o trabalho dos seus profissionais e, consequentemente, afeta os serviços prestados. Dentre os problemas relatados, merecem destaque a recepção inadequada e a ausência de uma sala de espera. O pouco espaço destinado à farmácia e insuficiência de medicamentos dificulta a atuação do profissional. Ainda, o espaço de atendimento psicológico é reduzido.

A sala de observação e aplicação de medicamentos intravenosos constituem as faltas mais graves. Estão disponíveis apenas duas macas e uma poltrona reclinável para atender os usuários de ambos os sexos. As macas disputam o espaço com arquivos, escadas e outros objetos depositados no local.

Propostas apresentadas pelo GAPA para melhorar o serviço

Ao prefeito em exercício, Luciano Buligon e a representante da Secretaria Municipal de Saúde, Maria Luiza Trizotto, a diretoria do GAPA CHAPECÓ ponderou que a promoção de ajustes na estrutura do Hospital Dia não é o suficiente para sanar a situação crítica.  Para melhorar o atendimento às pessoas com HIV/Aids foram propostas quatro ações, que são:

1 - Criar o  Departamento Municipal de HIV/Aids, Hepatites Virais e DTS visando o fortalecimento da rede de atenção e linhas de cuidado às DST, HIV/aids e hepatites virais e da prevenção, diagnóstico precoce da infecção pelo HIV, pelas hepatites virais e outras DST e redução de risco e vulnerabilidade;

2 - Reorganizar a estrutura do Hospital Dia, garantindo espaços adequados para a realização dos atendimentos aos usuários e usuárias dos serviços;

3 – Implantar junto ao Hospital Dia de Chapecó unidade de saúde especializada no atendimento de HIV/Aids e co-infecções (tuberculose, hepatites e doenças sexualmente transmissíveis), com equipe multidisciplinar. Disponibilizando, num mesmo espaço físico, atendimento as coinfecções, como a Hepatite e a Tuberculose às Pessoas Vivendo com HIV/Aids.

4 – Instalar junto ao Hospital Dia Consultório/Gabinete Odontológico para atendimento aos usuários que com o vírus HIV/Aids e fazem tratamento no serviço, atendendo as particularidades da Aids.  Esse atendimento, além de possibilitar tratamento odontológico básico, irá diagnosticar e tratar as enfermidades relacionadas à boca, pois as pessoas acometidas com o HIV/Aids estão mais susceptível a desenvolver outras doenças, como por exemplo, câncer bucal.

Na avaliação da Diretoria do GAPA CHAPECÓ, Luciano Buligon foi receptivo a solicitação e se colocou a disposição para viabilizar uma solução para os problemas enfrentados. Dirceu Hermes, Presidente do GAPA CHAPECÓ, entidade de defesa dos direitos das pessoas com HIV/Aids, destacou a importância do diálogo entre o poder executivo e municipal, o GAPA e as instâncias deliberativas sobre as questões de saúde.